As expectativas em relação aos líderes – criadas tanto pelos funcionários quanto pelo público em geral – são maiores do que nunca, já eles que conduzem suas organizações em meio à crise da COVID-19. Enquanto o nosso Relatório Especial do Edelman Trust Barometer: Confiança e o Coronavírus nos diz que as pessoas acreditam mais rapidamente nas comunicações feitas por líderes empresariais do que naquelas feitas pelo governo ou pela mídia, e que “meu empregador” está mais preparado para lidar com a crise do que o governo, as palavras e as ações dos CEOs estão passando por um processo de análise sem precedentes. Eles também têm um grande potencial para criar resiliência em suas forças de trabalho. É essencial que os líderes no topo sejam não só Diretores Executivos, mas também os “Chief Empathy Officer” (ou “Diretores de Empatia”) para manter os funcionários engajados e motivados durante esse período de incertezas.

Como o relatório especial anterior do Edelman Trust Barometer: Investidores Institucionais nos lembra, a cultura de uma empresa e como ela trata seus funcionários impactam gravemente as decisões dos investidores nas empresas que consideram recomendar para investir.

Principais considerações para liderar com empatia em meio à crise

 

Esteja disposto a expressar vulnerabilidade

Em tempos de medo e angústia, os CEOs podem resistir a serem vulneráveis. Eles estão acostumados a demonstrar força, certeza e equilíbrio inabalável. Paradoxalmente, a acessibilidade emocional passada pela empatia expressa o mais alto nível de força. A capacidade de um executivo-chefe de se afastar do ar da invencibilidade e se tornar exatamente como o resto de nós cria confiança.

  • O CEO da Marriott, Arne Sorenson, postou no LinkedIn e no Twitter um vídeo que foi compartilhado com os funcionários, detalhando o impacto do coronavírus. No que ele chamou de vídeo "mais difícil" que ele já fez, Sorenson, por vezes com a voz cheia de emoção, discute as circunstâncias extraordinárias desses tempos e explica calmamente o que a empresa está fazendo para minimizar o impacto para os funcionários, devido ao fechamento de hotéis.

Considere soluções criativas de negócio e gestão de funcionários antes de demitir

Alguns líderes de alto nível estão aplicando a abordagem "os líderes comem por último" e realizando cortes em seus próprios salários antes de serem – ou enquanto são – forçados a aprovar demissões.

  • CEO da Marriott, Sorenson prometeu que ele e o presidente executivo, Bill Marriott, renunciarão seus salários, e os demais membros da equipe executiva terão um corte de 50% nos vencimentos. Da mesma forma, o CEO da United Airlines, Oscar Munoz, e o presidente, Scott Kirby, disseram que renunciarão seus salários pelo menos até junho.
  • Embora as demissões possam ser inevitáveis para algumas empresas, existem alguns exemplos de soluções flexíveis que priorizam a estabilidade dos funcionários. Algumas empresas estão oferecendo descontos em produtos e uma doação correspondente ao valor abatido a instituições de caridade locais para apoiar os necessitados durante esse período, na tentativa de manter os níveis de liquidez administráveis. Ao considerar as reduções em vigor, vemos organizações oferecendo descontos antes de demitir e estabelecendo programas de recontratação preferencial ao reabrir ou retomar as operações completas. Grupos de ex-alunos que mantêm bons talentos ligados à organização até a possível recontratação também são uma tendência emergente.
  • Outros líderes alinharam seu propósito organizacional a “fazer a coisa certa” e apoiar seus trabalhadores que estejam em situação incerta durante a crise. A Microsoft anunciou que continuará pagando aos seus 4.500 prestadores de serviços por hora, independentemente das horas trabalhadas. O CEO, Satya Nadella, compartilhou a notícia com seu LinkedIn e Twitter, assim como fez o Presidente, Brad Smith.

Inspire resiliência com interações autênticas

Seja compartilhando uma selfie do trabalho em casa, como o CEO da Eli Lilly, David Ricks, ou abordando a ansiedade, com recomendações sobre como controla-la, como a Fundadora e CEO da Spanx, Sara Blakely, os líderes que conduzem com humanidade neste momento estão engajando seus públicos e, em muitos casos, inspirando funcionários a se unirem a um propósito unificado.

  • O CEO da Petco, Ron Coughlin, reconheceu que "estamos todos fazendo muitos malabarismos agora" e compartilhou um lembrete rápido de "como é importante rir e se divertir no trabalho" filmando sua própria versão do desafio viral #fliptheswitch, postada em seu LinkedIn e Twitter.

Comunique atualizações de segurança antes de atualizações de negócio

Funcionários querem ouvir seus líderes falarem sobre sua segurança antes dos impactos ao negócio. Durante a fase de campo do nosso relatório especial do Trust Barometer, 6 a 10 de março, colaboradores essenciais preferiam ser comunicados sobre:

  • Medidas sendo tomadas para evitar que o vírus se instale no espaço de trabalho (66%)
  • Estado dos funcionários infectados (57%)

A maneira como o vírus está afetando a receita e os lucros está logo abaixo na lista dos informes que os funcionários desejam receber (41%). Os CEOs da Hilton, Delta e Starbucks, entre muitos outros, compartilharam o que estão fazendo para manter os funcionários e clientes seguros antes de discutir os impactos significativos sobre negócios. No entanto, agora estamos começando a ver uma mudança no interesse dos funcionários em relação ao desempenho dos negócios.

Proteja os funcionários e a comunidade local

O relatório especial do Trust Barometer sobre a COVID-19 descobriu que 78% das pessoas esperam que as empresas protejam as grandes comunidades que atendem, além de proteger seus funcionários. Alguns exemplos recentes de líderes que tomam essas ações incluem:

  • O fundador do Alibaba, Jack Ma, doou máscaras e kits de teste de coronavírus para serem enviados aos Estados Unidos.
  • A empresa de artigos de luxo LVMH utilizará suas fábricas de perfumes e cosméticos para fabricar desinfetante para mãos doados na França.
  • Na Tailândia, Dhanin Chearavanont, presidente sênior do Grupo Charoen Pokphand Group, anunciou que construirá uma fábrica em cinco semanas para iniciar a produção mensal de 3 milhões de máscaras higiênicas. Esse é um empreendimento que está fora da linha de negócios típica da CP. O Grupo fornecerá as máscaras gratuitamente para a equipe médica dos hospitais necessitados e para as pessoas que possam não ter acesso a máscaras. Após a crise, o Grupo doará a fábrica ao principal hospital de Bangcoc.
  • Em ações mais filantrópicas, a Microsoft doou US $ 1 milhão ao Fundo de Resposta COVID-19 da Puget Sound (compartilhado no LinkedIn e no Twitter do Brad Smith) e disponibilizou o Microsoft Teams para todos - uma ação ampliada pela Vice-Presidente Executiva de Desenvolvimento de Negócios, Peggy Johnson (LinkedIn).

Expresse gratidão

Os líderes usaram sua influência para chamar a atenção para pessoas dentro e fora de suas empresas que estão fazendo um trabalho essencial e que salva vidas. O CEO do Ingka Group, Jesper Brodin, compartilhou um artigo no LinkedIn para agradecer suas equipes globais por suas lideranças durante esse período, e o CEO da Sweetgreen, Jonathan Newman, anunciou que sua empresa entregaria refeições gratuitas a hospitais nas cidades em que eles atuam, como gesto de gratidão aos profissionais de saúde.

À medida que a situação do vírus se intensifica, também cresce a análise minuciosa das ações dos CEOs e de sua orientação às forças de trabalho enquanto os negócios mudam para as realidades do novo normal. Liderar com empatia desenvolverá resiliência com seus públicos e os apoiará na jornada quem vem pela frente.

 

Desenvolvido por Marcia Newbert, Vice-Presidente Sênior, Edelman Digital; Felicia Joy, Vice-Presidente Sênior, Consultoria em Ciências Comportamentais; e Edelman Employee Experience