A alimentação é uma questão de direitos humanos, justiça social, justiça climática e de vida ou morte, em especial, para bilhões de pessoas subnutridas no mundo. No Brasil, a pandemia agravou ainda mais os índices de insegurança alimentar. Segundo pesquisa da FGV, 36% dos brasileiros não tiveram dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento durante 2021. Essa é a primeira vez, desde 2006, que a insegurança alimentar no Brasil supera a média mundial.
Tendo em vista a tensão em torno de nossos sistemas alimentares e o estado falho de acesso e equidade não é de surpreender que os dados do Edelman Trust Barometer 2022 mostrem que a confiança no setor de alimentos e bebidas permanece abaixo dos índices pré-pandemia. As expectativas de que empresas e seu líderes atuem para solucionar problemas sociais permanecem altas e, nesse contexto, a percepção é de que ainda não estão fazendo o suficiente.
O Edelman Trust Barometer 2022 ouviu mais de 36 mil entrevistados em 28 países (1.150 no Brasil), com trabalho de campo de 1 a 24 de novembro de 2021. Os achados a seguir fazem parte do recorte de Alimentos e Bebidas do estudo.
PRINCIPAIS ACHADOS
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No Brasil, 73% confiam no setor de alimentos e bebidas, um aumento de 5 pontos em relação ao ano anterior. Globalmente, o índice é de 68%.
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Confiança nos subsetores: Agricultura e Pesca (66%; -1pt), Cervejas e Destilados (52%; +6pts), Delivery de comida (69%; +3pts), Fabricantes de Alimentos e Bebidas (65%; +8pts), Fabricantes de Alimentos e Bebidas Plant-Based (64%), Fast Food (59%; +2pts), Supermercados (73%; +5pts).
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Enquanto 84% dos brasileiros se preocupam que as mudanças climáticas possam levar a secas, aumento do nível dos oceanos e outros desastres naturais, a maioria das indústrias não são confiadas em relação a ações para combater a crise climática. Globalmente, 54% confiam no setor de Alimentos e Bebidas nesse cenário.
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Globalmente, 61% dos profissionais do setor de Alimentos e Bebidas escolhem seus empregadores com base em seus valores e crenças. Entre os profissionais do setor, 77% confiam no “Meu Empregador”. Nas Américas, o número é de 72%, com uma queda de 10pts em relação ao ano anterior.
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Dados globais revelam quem profissionais do setor de Alimentos e Bebidas, acreditam que as empresas não estão fazendo o suficiente para encontrar soluções para desigualdade econômica (50%), mudanças climáticas (48%) e injustiças sistêmicas (45%). Além disso, esses profissionais esperam que CEOs informem ou abram discussões e debates sobre políticas em torno de empregos/economia (74%), tecnologia e automação (65%), aquecimento global e mudanças climáticas (64%).
“Vivemos um momento de altas expectativas para que empresas liderem mudanças. Embora a confiança no setor permaneça alta, mantê-la deve ser um trabalho diário para as organizações, principalmente considerando iniciativas de longo prazo, com impacto tangível para a sociedade” – Flávia Novaes, Diretora de Clientes de Consumo na Edelman Brasil.
RECOMENDAÇÕES
Quebre a barreira da informação
Promova informações claras, consistentes e baseadas em fatos; demonstre liderança em áreas que geram preocupações; amplifique vozes de confiança.
Construa confiança em todo o ecossistema de alimentação
Quando a confiança no governo falha, outras instituições devem exercer um papel mais relevante em construir confiança em áreas que geram preocupações. Engaje-se em questões sociais de importância para seus stakeholders e demonstre progresso.
Faça jus ao papel de construção de confiança do empregador
Impulsione confiança em canais proprietários e por meio da figura do “meu empregador”; ofereça plataformas para amplificar as vozes dos funcionários.
Seja engajado com outras instituições confiadas
As ONGs estão realizando um trabalho importante e efetivo. Com parcerias estratégias, podem auxiliar Empresas a encontrar soluções para problemas em comum.